quinta-feira, 26 de abril de 2012


A biodiversidade da caatinga vem sofrendo uma autêntica erosão na quantidade e qualidade da vida vegetal e animal, com muitos reflexos na socioeconomia. Recentes estudos começam a destacar a singularidade da biodiversidade do bioma e uma política de preservação e uso sustentável deve ser implementada com a perspectiva de restauração geral de todo o espaço geográfico do bioma.
Flora
De uma forma mais ampla, o conhecimento sobre a biodiversidade da flora do bioma Caatinga tem sido sintetizado no quadro do projeto Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Caatinga, do MMA, em 2000. Este trabalho ficou a cargo da APNE e posteriormente foi publicado por Sampaio et al., Vegetação e flora da Caatinga.
Não é possível se ter hoje uma lista completa da flora existente no bioma Caatinga. O Centro Nordestino de Informação sobre Plantas - CNIP - (Centro ligado à APNE, UFPE e ao Jardim Real Botânico de Kew) apresenta na sua relação (checklist) do NE, 8.760 espécies. Apesar dessa relação ainda se encontrar em fase de qualificação por taxonomistas, mais de 2/3 desta lista se encontra revisado .
Contudo, apenas uma parte ainda não identificada, pertence ao bioma Caatinga. Em comparação com os dados apresentados por Gamarra-Rojas e Sampaio na publicação supracitada, sendo 1.102 espécies na caatinga (não considerando outras formações vegetais como carrasco, cerrado, campo geral, campo rupestre, mata serrana e mata atlântica), hoje o banco apresenta 1.981 espécies com ocorrência na caatinga.
Giulietti et al. apresenta na mesma obra uma lista das espécies endêmicas da caatinga. Ao todo são apresentados 318 espécies endêmicas em 42 famílias. Destas, as famílias de Leguminosae (80 espécies), Cactaceae (41 espécies), Euphorbiaceae (17 espécies), Malvaceae (15 espécies) e Bromeliaceae (14 espécies) se destacam como mais importantes. Na mesma obra ainda estão relacionadas 451 espécies de fungos, correspondentes a 203 gêneros referenciados para o Semiárido do Nordeste.
Fauna
O projeto Avaliação e Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Caatinga, do MMA, em 2000, realizou uma sistematização de diagnósticos e conhecimentos existentes relativos à fauna da caatinga. Contudo, concluiu-se de uma forma generalizada, a necessidade de aumentar o conhecimento e os estudos dos recursos biológicos da caatinga. A seguir apresenta-se uma síntese dos dados sobre os principais grupos de fauna do bioma.
A lista de espécies de aves por estado (para Bahia, por região específica) está indicada em trabalho de adaptação do levantamento do PROBIO (2000). A lista original apresenta a referência bibliográfica para cada espécie citando as respectivas ocorrências. A tabela 43 apresenta o número de espécies com representação em um ou mais estados/regiões.
Tabela.1 Número de espécies de aves da caatinga por número de estados em que ocorrem:
N° DE ESPÉCIES
N° DE ESTADOS
N° DE ESPÉCIES
N° DE ESTADOS
49
11
31
5
41
10
21
4
48
9
21
3
33
8
27
2
35
7
15
1
33
6
Ao todo são registradas 348 espécies das quais 15 espécies e 45 subespécies foram identificadas como endêmicas. Por sua vez, Silva et al apresentam lista de 510 espécies pertencentes a 62 famílias. À lista anteriormente apresentada foram adicionadas as espécies que predominam em áreas de brejos florestados e de campos rupestres. Dessas, uma espécie (Cyanopsitta spixii) encontra-se extinta na natureza.
Quanto à fauna aquática (ictiofauna) foi possível referenciar 191 espécies no bioma pertencentes a cem gêneros. Dessas, 57% são endêmicas, destacando-se ainda, a família Rivulidae do médio São Francisco com grande número de espécies endêmicas anuais.
Por sua vez, Rosa et al102 apresenta uma lista total de 239 espécies reconhecendo, também nesse caso, menor diversidade em comparação com outros ecossistemas brasileiros. Esta lista inclui nove espécies que foram introduzidas, sendo que 135 espécies são apresentadas como possivelmente endêmicas (58,7%).
Considerando algumas famílias das quatro ordens mais importantes (Characiformes, Siluriformes, Cyprinodontiformes e Perciformes), que representam 54% do total, apresenta uma lista de 62 espécies endêmicas (48% das famílias específicas).
No que se refere a répteis e anfíbios (Herpetofauna) , ao todo ter-se-ia 154 espécies, das quais Squamata cem, Chelonia quatro, Crocodylia três e Anfíbios 47. O trabalho estima que aproximadamente 15% dessas espécies são endêmicas do bioma. Alguns ajustes em termos de número de espécies e nomenclatura são feitos por Rodrigues103, que apresenta 167 espécies, das quais 47 de lagartos, dez de anfisbenídeos, 52 de serpentes, quatro de quelônios, três de Crocodylia, 48 de anfíbios e três de Gymnophiona. Nesta lista, 24 espécies estão indicadas como endêmicas (todas Squamata) 14,4%.
O autor enfatiza que esta listagem incorpora três tipos de erros: (1) espécies existentes não incluídas, (2) espécies incluídas que não deveriam ser consideradas como da Caatinga, (3) imprecisões inerentes à insuficiência do conhecimento sistemático. Acreditamos que esses erros provavelmente aplicam-se também aos demais grupos da fauna e flora do bioma.
Oliveira et al apresenta uma lista de 143 mamíferos para a Caatinga. Dessas, destacam-se: (1) espécies endêmicas - 2 (1,4%), (2) espécies endêmicas mas com distribuição restrita - 10 (7%), (3) totalizando, assim, 12 espécies endêmicas (8,4%).
A partir do trabalho do PROBIO 2000, chegou-se à conclusão que o conhecimento sobre os invertebrados do bioma Caatinga ainda é muito insipiente. Os grupos mais conhecidos são: as abelhas, as formigas e os cupins. A seguir apresenta-se apenas o grupo das abelhas para o qual encontrou-se informação sistematizada sobre a sua diversidade no bioma.
Em relação às abelhas Zanella relacionou uma lista de 187 espécies de abelhas pertencentes a 77 gêneros (em comparação com o Brasil que tem um número estimado de 3.000 espécies). Concluiu que a riqueza de espécies de abelhas é baixa comparada a outros ecossistemas brasileiros. A partir de uma análise da distribuição geográfica de 94 espécies de abelhas no bioma, o mesmo autor encontrou 30 espécies endêmicas (32%).
Tabela.2 Resumo da biodiversidade encontrada a partir de diversas fontes do bioma:
GRUPO BIOLÓGICO (nº)
NÚMERO DE ESPECIES
(% do total)
NUMERO DE ESPECIES ENDÊMICAS
Flora
Nordeste
8.760
-
-
Caatinga
1.981
318
16,1
Fauna
Aves
348
510
15
-
4,3
-
Peixes
191
239
109
135
57,0
58.7
Répteis e anfíbios
167
24
14,4
Mamíferos
143
12
8,4
Invertebrados abelhas
187
30*
16,0*
* Estimativa parcial
Espécies ameaçadas
Existem poucas informações e raros estudos sobre espécies vegetais e animais ameaçadas no bioma Caatinga. Apesar de existir no MMA/IBAMA listas oficiais de flora e fauna ameaçada, vários especialistas consideram que elas são limitadas e que há um número bem maior de espécies correndo risco de extinção.
a) Flora: a lista oficial da flora ameaçada de extinção apresenta 39 espécies para os estados do Nordeste e Minas Gerais. Contudo, nesta lista, apenas duas espécies são do bioma Caatinga: Schinopsis brasiliensis e Astronium urundeuva (Anacardiaceae).
b) Fauna: a lista das espécies ameaçadas de extinção na fauna brasileira publicada pelo MMA apresenta ao todo 395 espécies. Dessas, 234 ocorrem em estados do NE e/ou MG. Contudo, fica difícil identificar, a partir desta lista, quais espécies ameaçadas efetivamente são da Caatinga. A partir do cruzamento das listas apresentadas anteriormente e da lista de espécies ameaçadas obtém-se o seguinte panorama: mamíferos (sete espécies); aves (27-31 espécies).
Outras quatro espécies do bioma Caatinga foram listadas como ameaçadas no trabalho do PROBIO 2000: Ara maracana (Psittacidae); Picumnus fulvescens (Picidae); Megaxenops parnaguae (Furnariidae) ; Formicivora iheringi (Thamnophilidae).
Outras duas espécies não foram encontradas na lista das espécies da Caatinga: Aratinga auricapilla e Gyalophylax hellmayri.
os répteis e anfíbios não foram encontradas espécies na lista de ameaçadas e dos demais grupos não se dispunha de informação suficiente. Conclui-se que, no mínimo, há 34 espécies de fauna ameaçadas de extinção no bioma Caatinga.

quarta-feira, 25 de abril de 2012


Introdução 
Com a redução das florestas e o tráfico de animais silvestres, muitas espécies de animais estão entrando em extinção. Governos de diversos países e sociedades protetoras de animais tem investido recursos para evitar tal violência contra os animais.
Pesquisas e causas da extinção de espécies animais 
As últimas pesquisas apontam que milhares de espécies animais foram extintas nos últimos cem anos. Muitas destas espécies jamais serão conhecidas por gerações futuras. Sabemos que, muitas delas, poderiam revelar ao homem informações importantes sobre o meio ambiente e até mesmo a cura para determinados tipos de doenças. 
Os cientistas não conseguem calcular com exatidão o número de espécie de seres vivos que habitam o nosso planeta. A diversidade biológica é muito grande, porém estima-se que haja em torno de 10 a 15 milhões de espécies da fauna, flora e microorganismos. Deste total, de 5 a 8 milhões seriam insetos, 400 mil seriam plantas, 60 mil de animais vertebrados, 5 mil mamíferos e 10 mil aves.
O relatório Planeta Vivo, elaborado pela WWF (Fundo Mundial para a Natureza), aponta uma queda significativa na quantidade de espécies entre 1970 a 1995. Este estudo monitorou diversas espécies e chegou a triste conclusão de que 35% dos animais de água doce foram extintos neste período. Com relação aos animais marinhos, a perda foi maior, pois atingiu a ordem de 44%.
Um outro relatório importante, fruto de pesquisas, também apontou dados preocupantes. A União para a Conservação da Natureza ( UICN ) mostrou que um quarto das espécies conhecidas pelo homem estão ameaçadas de extinção. Entre estes animais, podemos destacar: o panda gigante da China, o elefante africano, o cervo-da-tailândia, o cavalo selvagem da Europa Central, o bisão da França, a baleia-azul, o leopardo, o lobo-vermelho, o orangotango, entre outros.
Entre as espécies vegetais, podem desaparecer do planeta as orquídeas de Chiapas, no México, e as bromélias da América e da África
No Brasil a situação não é diferente. O tráfico de animais silvestres, as queimadas e as agressões aos ecossistemas colocaram vários animais brasileiros na triste lista dos animais em extinção. São alguns exemplos: ararinha, arara-azul, Cachorro-vinagre, Cervo-do-Pantanal, jaguatirica, lobo-guará, mono-carvoeiro, mico-leão-douradoonça-pintada, tamanduá-bandeira, tatú-canastra, veado-campeiro, entre outros.
elefante africano - animal em extinção Elefante Africano: animal em extinção  
No ano 2000, a revista Nature divulgou a existência de 25 locais da biodiversidade mundial que devem receber uma atenção urgente por parte das autoridades, pois são regiões que concentram um maior número de animais em vias de extinção. Entre estas regiões, a revista destacou: as florestas africanas, Cordilheira dos Andes, Mata Atlântica e Cerrado Brasileiro.
Conclusão : 
Infelizmente o homem tem demonstrado uma dificuldade grande em viver em harmonia com a natureza. As espécies animais e vegetais sempre foram vítimas da violência e degradação proporcionadas pelo ser humano. A ganância e o desrespeito do ser humano sempre foram constantes na relação entre homem e natureza. Temos muito a aprender com os indígenas neste aspecto. Eles sempre souberam respeitar a natureza, pois sabem que sua existência depende diretamente do meio ambiente. Pena que o homem branco "civilizado" também tem ameaçado de extinção dos indígenas.